terça-feira, 6 de outubro de 2009

ANTONIO DE TORRES (1817-1892)




Planta do violão clássico Torres.

Antonio Torres nasceu em Alméria, Espanha, em 1817 e faleceu nesta mesma cidade em 1892. Tendo aprendido o ofício de carpinteiro inicialmente, entrou mais tarde como aprendiz na oficina do conceituado luthier Juan Pernas. Logo que conseguiu proficiência na nova profissão, mudou-se para Sevilha onde, no seu segundo casamento teve como padrinho o violonista Julian Arcas que o apoiou e o incentivou de tal modo que Torres resolveu dedicar toda sua vida à construção de violões. Não levou, porem muito à sério, aparentemente desiludido com a profissão e com aquilo que ela lhe proporcionava economicamente. Deixou Sevilha e retornou a sua cidade natal, onde se estabeleceu com uma loja de cristais que manteve até seu falecimento em 1892, tendo, no entanto, construído alguns poucos violões nesse intervalo de tempo, atendendo alguns pedidos de amigos e vizinhos de sua cidade. O grande mérito de Torres foi estabelecer o desenho definitivo do violão, mais precisamente o formato e as dimensões da caixa acústica. Aperfeiçoou a forma de 8 combinando as faixas acinturadas com um bojo maior, aumentando também a altura das faixas, o que trouxe notável melhora na sonoridade do instrumento, tanto em volume, quanto em timbre, em comparação aos modelos mais antigos, de caixa acústica menor, faixas estreitas e cintura pouco pronunciada. Entretanto, não é correto pensar que ao simplesmente aumentar o tamanho do instrumento estará assim melhorando as suas qualidades. Há limites impostos pela natureza das cordas, pelo seu comprimento e pela própria tessitura do instrumento. À medida que se aumentam as dimensões da caixa acústica, entre outros efeitos, ocorre uma sensível perda nos harmônicos superiores, a maior resposta passa a ser na região grave e esta, por sua vez, embora mais intensa, começa a adquirir certa indefinição que é devida ao aparecimento de harmônicos indesejáveis. O violão clássico deve oferecer equilíbrio entre as regiões grave, média e aguda e não pode deixar de ter a extensa gama de timbres que, de certo modo, compensa sua sonoridade modesta. Essa necessidade impõe um limite às dimensões da caixa acústica e Torres soube entender esse limite, motivo pelo qual mesmo os melhores violões da atualidade bem pouco se afastam do plano usado por ele.

Crédito para Izidro Garcia

Um comentário:

  1. Marcelo,
    Por favor eu baixei o arquivo das plantas do Antonio Torres, instalei o Draft sight e vejo o arquivo direitinho. Por favor, eu preciso de uma dica sobre como ler estes arquivos, não consegui compreender as medidas informadas. Se souber um tutorial, livro ou artigo que possa me formar na técnica de interpretação destes desenhos eu agradeço e muito. apenas não sei por onde começar neste quesito. Obrigado. ernani.

    ResponderExcluir